quarta-feira, 30 de maio de 2012

Amor egoísta

O amor invade uma porta entreaberta
Compõe uma lírica sem nosso consentimento
Fingi que é dono de si
Contrapõe-se à realidade
E faz dos sonhos uma busca.
 
O amor afoga-nos em melancolia
Faz de um momento a vida
De si mesmo a vida
Que quando não correspondido
Orgulhoso, nos atira em desespero.
 
Amor:
Por que há de ser tão egoísta?
Por que não bate na porta primeiro
Ou espera ser convidado?
 
O amor no fim arranca suas raízes
Deixa marcas profundas no solo
Alagando-o com as lágrimas.
 
Qual o sentido do amor?
De que adiantam momentos primaveris
Se no outono as pétalas hão de cair.
 
Amor, amor, perdição.
Amor, amor, ilusão.
Amor, amor, egoísta.
 
Só te faço um pedido: afasta-se de mim!

Ayllane Fulco

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