segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Minha farsa

Estou ausente
Esperando o meu “eu” sofrer emancipação
Agora, sentada nesse banco
Percebo que está só não é uma virtude.

A multidão se aproxima com argumentos impertinentes
Para seguir livre pego carona com a incerteza
Deixando pra trás o meu passado
E guardando as lembranças no caixote.

Mas não se preocupe
Estou adaptada ao frio
Sou caçadora da minha própria sorte
Do destino que me traiu.

Meus sentimentos são minhas vítimas
Meus sonhos tornaram-se meu consolo
O momento êxtase.

Meu desespero é contido entre os dentes
Hipocritamente expresso em uma gargalhada
Os olhos inchados de tanto chorar
Foram forjados com uma maquiagem.

O que mais me surpreende
É a maneira com que reajo
Tão naturalmente
Que já me sinto familiarizada.

Para enfatizar minha fúria
Sou flagrada pela minha própria farsa
E para meu desespero
Ainda restam três horas.

Ayllane Fulco

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