quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Dois corações partidos


Somos dois corações partidos
Em fragmentada união
Amores feridos
Que não voltarão.
 
Somos duas almas desconsoladas
Insaciadas de amor
Buscam-se emaranhadas
Tentando suprir a dor.
 
Beijos banhados a memória
Que ferem na lembrança
Lembrando-se do amor antigo
Levado perdido.

Ayllane Fulco

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Rimas baratas


Não vivo de beleza alheia
Há de ter jogos de palavras
Não me venha com cantadas baratas
Mas atitudes inesperadas
Não se cortejam várias mulheres
Nem se aproveitam das atiradas
Conquistasse a mulher certa
E essa há de ser a mais amada.

Ayllane Fulco

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Liberdade...

"Aprendi que liberdade é subjetiva
  Há quem diga ser livre,
  Com uma corda entrelaçada aos pés.
  Mas há aquele que vive solto
  Feito água em deságua
  Deixando-se correr
  Vazando até não restar pingos,
  Que o aprisione por partes."


    Ayllane Fulco

Beleza de Vênus

Beleza de Vênus num rosto pálido
Prendendo olhares com anzol
Cabelos dançando em sintonia com os ventos
Cachos de ouro refletindo ao sol.
 
Luz intensa diverge de Vênus
Causando inveja a lua
Que se padece com a tamanha formosura
Daquela beleza grega cor de bruma.
 
Cantarolando serenatas
Rodopiando sobre o cais
Pássaros atribuindo-lhe cantadas
Dançando em sintonia com as marés.
 
Aroma de cereja
Gosto de mel
Desnorteia qualquer viajante
Mesmo que seja fel.
 
Beleza de Vênus
Em terra à vista
Navios percorrem cossenos
Mantendo tê-la em vista.

Ayllane Fulco

Degraus

Deixei a porta aberta
Escancarada, frente a uma escada,
De mãos dadas
Subi os degraus devagarzinho
Contemplando os raios vindos da brecha
Perpendicular à janela entreaberta
Tão fugaz, estava eu ao subir
Deixando para trás todo o vestígio.
À cada degrau deixava eu uma peça ao chão
Ora um sorriso, uma lágrima,
Até ficar despida de toda minha vergonha.
Mas ei de ir sempre de mãos dadas
Pra que eu não fique para trás
Junto com o amontoado que abandonei,
A velha bússola que me norteava ao breu.
Aquarela, bela, era
Tão cheia de cor e vida
Mas agora sou cinza
Sou pó, sou neutra, ranzinza.
 
Ayllane Fulco

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Míseras palavras



"Hoje, sinto-me apunhalada pelas costas
 As fiz como sombras costuradas aos pés
 Não me abandonavam
 Até criar suas próprias pernas e fugir de mim
 - Míseras palavras, como puderam me deixar tão seca e vazia?"

Ayllane Fulco