Escancarada, frente a uma escada,
De mãos dadas
Subi os degraus devagarzinho
Contemplando os raios vindos da brecha
Perpendicular à janela entreaberta
Tão fugaz, estava eu ao subir
Deixando para trás todo o vestígio.
À cada degrau deixava eu uma peça ao chão
Ora um sorriso, uma lágrima,
Até ficar despida de toda minha vergonha.
Mas ei de ir sempre de mãos dadas
Pra que eu não fique para trás
Junto com o amontoado que abandonei,
A velha bússola que me norteava ao breu.
Aquarela, bela, era
Tão cheia de cor e vida
Mas agora sou cinza
Sou pó, sou neutra, ranzinza.
Ayllane Fulco
Nenhum comentário:
Postar um comentário