domingo, 28 de julho de 2013

Perdido no tempo

Não posso te cobrar nada
Assim como não se cobra
Por aquilo que nunca se teve.

Vendo o meu passado
Dançar pelos meus olhos
Percebo que as imaginações
Criaram formas e feições
Até fazer-me acreditar ser real.

E todos caminham por aí
Enquanto eu fiquei por aqui
Esperando migalhas de um amor
Inventado!

E aí você se dá conta
Que tudo mudou diante dos seus olhos
E só você ficou imóvel
Perdido no tempo
Que não vai voltar!

Então me diz:
Valeu a pena esperar?
Por aquilo que não existe
Pelo tempo que não vai voltar.

- Ayllane Fulco

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Escrevendo

Cálido coração
Calada paixão
Salta do peito
Escorrega em mão.

Mãos frágeis
Debruçadas no papel
Respinga pingos
De caneta e fel.

Palavras escorregadiças
Desfazem-se sem cerimônias
Brincam no espaço
Saltam do pensamento.

-Ayllane Fulco

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Pequena morena

Quando fores me procurar
Há de encher o pulmão de ar
Gritar, gritar... Eco da própria voz
E silêncio, ruídos silenciosos.

Quando perceber que virei breu
Eu já estarei entregue ao desconhecido
E poderá imaginar-me perto
Como nunca estive.

E quando minhas mãos não tocarem mais as tuas
Saberás que foi minha despedida
Meu último silêncio numa noite fria
Meus últimos risos em alto som.

E por fim,
Pequena morena
Saberás que o mundo te pertence

Assim como a luz às estrelas.

-Ayllane Fulco

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Recadinho

Não queira me decifrar, não me (ou se) busque em meus textos, não subentenda o que está camuflado, não tire conclusões precipitadas, não queira saber sobre o quê ou quem escrevo... Pois quanto mais achar que me conhece, mais vai se perder em conclusões erradas... Obrigada.
- Ayllane Fulco

domingo, 14 de julho de 2013

Amor antigo

A distância persiste em separar
Extremidades opostas
Vidas contrárias
Almas solitárias.
 
Dois amantes em desencontros
Persistem no tempo
Ora lastima a ausência
Ora à covardia.
 
Dois corações embriagados
Ziquezaqueando em linha tênue
Entre amor e ódio
Luz e escuridão.
 
Sujeito dramático
Arrisca à risca
Um amor inventário
Ou será que não?
 
As horas se passam
Os anos correm lentamente
E os dois permanecem vivos
Vivendo um amor antigo.

- Ayllane Fulco

sábado, 13 de julho de 2013

Ninguém, alguém


Ser meu

Meu ser

Tão meu

Que não

Sou de mais

ninguém.

 

Egoísmo meu

Todo eu

Que não me importo

Com mais

Ninguém.

 

 O meu eu

É meu

Não é teu

Sou mais eu

Do que alguém.

 

O silêncio meu

Não é teu

Melhor só

Do que com alguém.
- Ayllane Fulco

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Elo


Singelo elo entre ir e vir

Um pacto de esmero

Que deixai fluir

Uma porta entreaberta

Uma corrente solta

Algemas divididas

Faz de uma, duas pulseiras

Livres e desimpedidas.

- Ayllane Fulco.