segunda-feira, 11 de julho de 2011

Traga-me uma bebida

Traga-me uma bebida
Não encha minha caneca de amor
Amor, amor, perdição
Deixe-me viver (livre), antes de entregar-me a morte
Bebo cada gole desesperadamente
Tentando aliviar minha ansiedade.

Não ofereça aquele seu velho conselho
Permaneça apenas servindo-me êxtase
Até eu perceber que há duas luas no céu
E quem se importa com a dor?
Quando posso apenas encher o copo
Brincar de “zig-zag” com a vida (e morte).

Mais uns drinks
Para apagar o que arde em meu peito
Suplico mais doses de esquecimento
Um, dois... Sete...Cinco...
As ordens trocam de sentidos
As visões se abalam entre o real e imaginário.

A ânsia ressalta em meu estômago
Procuro um lugar desesperadamente
Libertar o meu motivo de fascínios
O companheiro da noite, de tantas noites
Não me convenço que ela acabou
Haverá mais uma rodada de drinks e vômitos.

Meu amigo ajude-me a sentar
Convenhamos, não há mal nisso
Sou apenas um homem afoito
Afogado entre bebidas e amor
Devaneios de memórias oferecidos pelos goles
Mas não julgue: pobre vítima do sentimento traiçoeiro.

Ponha-me no canto do chão, até dormir
Sono, sono, escuro, o nada... Por muitas horas
Até levantar-me com a ressaca
E as lembranças voltarem à tona
Mas sempre há uma garrafa ao lado
O consolo dos dias seguintes.

Ayllane Fulco

Nenhum comentário:

Postar um comentário