Mulher morena olhando o chão
Passado sofrido
Uma filha que a despreza
Um pai que a deixou
Um amor do passado
Perdido em outro espaço.
E ela aqui, desiludida
Implorando um prato de comida
Um pouco que remédio
Para dopar-se
E esquecer por um momento
Da vida e morte.
Mulher morena olhando o chão
Cujos sonhos foram gastos
Com o passar do tempo
E com as rugas que iriam surgindo
Os dentes que foram caindo
Junto com o prazer de viver.
Pobre mulher morena
Que se deleita em pedras
Sobre o peito uma espada
Sobre as mãos um trapo
Feridas incrustadas na alma
Memórias fadigadas.
Ayllane Fulco
Nenhum comentário:
Postar um comentário