“Hoje eu sinto a vida me perturbar, ou melhor, as
palavras que lutam em saltar velozmente, não consigo contê-las. Chega um
momento em que me entrego total a essa força sublime, que faz de mim apenas um
objeto de escrita, um mero coadjuvante em meio a sua vivacidade. É quando me pergunto em que ponto vou chegar,
mas logo me vem em mente escrever sem pretensão, sem suborno, sem planos. Há um sentimento maior que eu, é como um destino que não me pertence, apenas me
usa, me leva a dá contorno às palavras, esse sentimento é minha inspiração, tão
passageira, me deixando as vezes só, na improvisação. Teimo para que volte
nesses períodos de solidão, sinto que sozinha não tenho força, nem tão pouco
criatividade ou conteúdo. É o sentir efêmero
que me preenche...”
Ayllane Fulco
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