
Sonhos fúnebres impostos pela seca
Debaixo de seu chapéu de palha
Um santo, uma esperança.
A única pista d’água é no olhar
Ao ver a plantação falecer
Sobre seus pés descalços
Com suas mãos de calos
A mulher reza com sua tamanha fé desapontada
Apertando terço o com tanta força
Implorando a Deus que chova um pouquinho
Sobre o seco e esquecido sertão.
Sopra vento quente e ingrato
Devora toda a plantação
Leva consigo a esperança de um povo sofrido
As suas súplicas e lamentações.Mas deixai a humildade dessa gente
Que em meio a tanta desgraça
Ainda escancara os dentes
Rindo de sua frustração.
Ayllane Fulco
Nenhum comentário:
Postar um comentário